Sobre

Guojian 郭健, e sua arte, são produtos dos últimos cinquenta anos de violência e tumulto na China, desde a Revolução Cultural das décadas de 1960 e 1970, seguida pela guerra sino-vietnamita no início da década de 1980, e os horrores do incidente da Praça da Paz Celestial.

Com dezessete anos no final da década de 1970, ele se alistou no Exército de Libertação Popular (ESP) durante a campanha de recrutamento para apoiar a guerra sino-vietnamita, iniciada pelo líder da nação na época, Deng Xiaoping. A realidade sombria de suas experiências militares transformou permanentemente o jovem idealista promotor da ideologia do exército e do partido comunista quando servia como pintor de cartazes de propaganda. Como muitos de seus companheiros, suas experiências militares o deixaram cínico e com uma nova perspectiva crítica. Após deixar o exército, ele retornou para sua cidade natal e se tornou oficial de propaganda em uma companhia de transporte.

Seu tempo no exército mais tarde serviria como uma base fértil para sua arte. Após deixar o exército, Guojian se matriculou na Minzu University of China (MUC) e estudou arte em Pequim durante o período de movimento “85 New Wave” de arte na China.

Sua perspectiva girou 180 graus como resultado dos horrores que ele e seus colegas testemunharam nas ruas de Pequim em Junho de 1989.

A arte de Guojian não se trata de pregar ou converter outros, mas sim de uma reflexão de suas observações dos dois lados da propaganda e da arte. Como resultado de sua perspectiva tanto de dentro da função da propaganda como observando por fora olhando por dentro, ele também enxerga pontos em comum entre as abordagens  ocidentais e chinesas de persuasão.

A arte de Guojian em geral focaliza no desenvolvimento da celebridade feminina, como uma modelo de patriotismo, uma ferramenta de manipulação e da sirene ulisséia. Seu trabalho aponta os pontos em comum entre a pureza implícita dos artistas que atuam como soldados de entretenimento (文工团) do exército chinês e suas contrapartes ocidentais. Ele brinca com a inocência evidente e o subjacente erotismo e desejo das mulheres utilizadas para manipular e motivar homens de uniforme e a sociedade em geral. Ele se aprofunda na sensualização da propaganda, heroísmo, patriotismo e persuasão. O que aparenta ser humor é na verdade um lamento do uso de sexo para seduzir homens a guerrear.

As obras de Guojian não somente estão relacionadas às suas próprias provações, mas também a temas, experiências e coisas não ditas que talvez sejam universais para soldados em qualquer exército. Seus temas brigam com as contradições inerentes: altos ideais versus realidade suja, heroísmo versus vilania, patriotismo e valor versus traição e ódio. Ele fala das linhas facilmente borradas entre terror, euforia, agressão e luxúria.

Ele também faz referências às semelhanças e empatia entre soldados além das fronteiras. Não são os soldados que começam guerras, são os governos. Mas são os soldados que servem e sofrem os horrores.

As obras de Guojian foram exibidas e colecionadas na Alemanha, França, Bélgica, Suécia, EUA, México, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong e China, incluíndo Musée de Picardie na França, Brussels Art Festival, a Queensland Art Gallery e a Australian National Gallery. Ele foi destaque na Art Profile magazine, The New York Times, CNN, o Sydney Morning Herald, ABC Radio and TV e na capa da Weekend Magazine da Wall Street Journal Asia.

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